Bryan Feldman e Mariana Freitas
Difícil pensar que o mesmo ser que dominou o fogo foi o mesmo ser que fez o Burj Khalifa, equiparável a torre de babel, endeusada, tocando os céus, com seus mais de 800 metros de altura.
O Homo Sapiens, uma espécie inigualável, produz conhecimento, com proposito tal, a chegar na perfeição. Celulares, televisões, carros, câmeras, computadores, são frutos desse conhecimento.
Espaços como este acima, estão por todo o globo terrestre, logicamente seguindo um raciocínio econômico, no qual possibilita ou não a sua construção. Levando em consideração a viabilidade no quesito tecnológico, materialidade, repensando no uso de novos materiais, apropriação e aceitação da obra pela sociedade, entre outros pontos de extrema importância.
A revista Domus, aponta a Arquitetura Contemporânea produzida em Sevilha, cidade medieval. O Metropol Parasol (Guarda Sol – como seu “pai”, o arquiteto alemão Jürgen Mayer a chama) é um novo olhar na cidade, possibilitando um lugar antes degradado, em ambientes com diversidade no uso, diversidade na materialidade e da forma.
Fruto de uma grande discussão, a construção desta obra monumental, fez a sociedade perguntar: o que é necessário?
Estruturas reciprocas e paramétricas consistem em peças que se apoiam mutualmente e são colocadas em um circuito fechado. Normalmente são feitas por grelhas tridimensionais e principalmente usadas em coberturas. O Metropol Parasol é uma delas.
https://www.youtube.com/watch?v=n9kldijOyX0
Outras estruturas paramétricas, foram feitas, tais como:
Gridshell – Edward Cullinan
Mannheim Multihalle – Frei Otto
Smithsonian Institute – Norman Foster
As estruturas acima são resultado de uma longa e intensiva pesquisa da materialidade e forma que a madeira e metal, podem adquirir. É importante notar que todas as estruturas possuem algum tipo de fechamento, seja vidro, laminas de madeira ou até lonas tensionadas, menos a Metropol Parasol.
Mas, será que tais estruturas já não foram pensadas anteriormente?
(Mesquita Zayed, Abu Dhabi, United Arab Emirates)
Apesar da cultura árabe não fazer estruturas paramétricas, seus mosaicos geométricos, no qual, seguem tipos de harmonia, repetitividade e ciclos, fazem a cultura árabe ser a precursora deste tipo de raciocínio.
A possibilidade que a sociedade assumiu de traduzir os mosaicos árabes em arquiteturas paramétricas monumentais, que permeiam o céu e criam espaços dos mais diversos tipos, fazem a pergunta que acorreu em Sevilha, ser sentida em todo o globo e em todas as funções que a contemporaneidade. O que é necessário? É necessário o uso de celulares? É necessário usar carros em vez de pernas? É necessário o tempo se esgotar antes da percepção dele mesmo? É necessário a produção de monumentos? De Metropols Parasols? É necessário? O que è necessário?
ou será?
Ter a consciência de que as estruturas paramétricas são somente um “pequeno” viés da Arquitetura Contemporânea talvez seja desesperador, assim como perceber que a resposta para essa pergunta, O que é necessário, seja uma incógnita.
“A figura mostra um exemplo design gráfico que utiliza o conceito de parametrização. Esse poster chamado de Morisawa 8 faz parte de um conjunto de posters desenvolvido pelo artista John Maeda. Essa obra foi gerada a partir de um programa de computador que repetia o logotipo da empresa Morisawa diversas vezes a partir de três principais parâmetros: largura do layout, altura do layout e fator de progressão aritmética. A largura da composição define o tamanho do primeiro logotipo; a altura define o máximo de linhas a serem preenchidas; o fator de progressão define quantos logotipos serão adicionados a cada nova linha.”
(Retirado em 10/10/2017 http://www.fau.usp.br/fauforma/2015/assets/anderson_vieira.pdf)